São apontados como pontos cada vez mais requisitados
Eficiência
Na busca de executivos que cuidam da parte operacional, a palavra mais buscada no ano passado, segundo a Maio, foi “eficiência”, sendo que 66% dos projetos que eles conduziram foram consequência de algum redesenho estrutural. Somente 28% das contratações se deram por substituições por desempenho.
“Quando falamos do papel funcional, tivemos perto de 40% dos projetos em buscas de CFOs e COOs (diretores financeiros e operacionais), o que evidencia a prioridade na busca de eficiência”, afirma de Lucca. “As maiores demandas dos CFOs foram conectados à melhoria de controles e gestão de custos, além de revisão de estrutura de capital e renegociação de dívida.”
Já os COOs tiveram como desafio buscar eficiência operacional e em toda cadeia de suprimentos e logística. “Além de executivos para liderar finanças e operações, tivemos 20% de nossos projetos dedicados para contratação de CEOs”, afirma. Para ele, o tema eficiência permanecerá na pauta de 2024.
Segundo a Maio, apesar de 2023 terminar como um ano “morno” na contratação de executivos, a remuneração dos profissionais continua em crescimento. Em quase todos os projetos foi necessário oferecer remuneração total superior, na faixa de 15% a 30%. O incentivo de longo prazo em seus diferentes formatos (stock options, ações restritas, bônus de retenção) continua ganhando espaço nos pacotes de remuneração, segundo a consultoria.
Gerência
O PageGroup, que tem um leque mais aberto na busca de profissionais que vão de analistas a executivos, vê a procura por gerentes crescer no próximo ano. “A disputa por esse tipo de profissional pode provocar uma intensa batalha por talentos e uma eventual inflação salarial”, analisa Lucas Oggiam, diretor executivo do PageGroup no Brasil.
Entre eles, estão gerentes tributário, de planejamento e análise financeira, em parte por conta das mudanças iniciais trazidas pela Reforma Tributária. Também por profissionais especializados em energias renováveis e ESG. Pesquisa da Page Executive (uma das áreas do PageGroup) indica que, embora 61% dos conselhos monitorem questões de ESG, apenas 36% têm pelo menos um membro especialista em sustentabilidade. “Esta lacuna técnica torna este cargo crucial para atender às crescentes demandas de sustentabilidade e governança”, diz a empresa.
Também ganham destaque funções que exijam conhecimento de implantação de inteligência artificial em processos de negócios. No mercado financeiro, o destaque é por profissionais de relações com investidores. “Primeiro, as estruturas vão ter foco em se restabelecer, resgatando o AUM (ativos sob gestão) perdido para depois potencializar ainda mais seus recursos”, diz o relatório do PageGroup. Também serão disputados especialistas em meios de pagamento em fintechs, que precisam desenvolver produtos mais rentáveis e inovadores.