Empresas de maior porte apostam mais em gestão de risco

De acordo com informação registrada no Panorama dos Programas de Compliance em Empresas de Capital Fechado 2021, do IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa), o gerenciamento de riscos é uma das principais ferramentas para auxiliar empresas na prevenção de ameaças à estrutura legal e aos ativos da companhia. A pesquisa, que entrevistou profissionais de empresas que atuam no Brasil, deu conta de que as instituições estão cada vez mais atentas a isso e a maioria das corporações de médio e grande porte, 55,8%, possui gestão para os riscos de compliance.

O advogado, professor e consultor na área de compliance, Luciano Malara, explicou que, no geral, as companhias de maior porte estão mais preparadas com relação aos riscos. De fato, o levantamento do IBGC mostra que 8 em cada 10 empresas (80%) com faturamento de mais de R$ 1 bilhão têm metodologia e procedimentos de gestão de riscos de compliance, enquanto entre as empresas que faturam até R$ 20 milhões esse percentual é de 41,2%. “Embora tenha muito a evoluir, a gente vê que as empresas estão se instruindo, via seus administradores, seus sócios etc., têm levantado mais e mais informações, entendem a necessidade e a relevância da gestão de risco. Mas nem sempre estão prontas a fazer”, afirmou.

Malara destacou a aplicabilidade de as organizações realizarem esse tipo de avaliação. “Um ponto é que a tomada de decisão baseada em risco é muito útil tanto para o executivo quanto para o acionista, que decide onde vai colocar o investimento dele com base nisso. O segundo ponto é que, com o mapeamento, você pode cuidar do risco. A avaliação prévia ajuda a direcionar, tomar decisão, resolver, saber como mitigar e até, eventualmente, encerrar negócios”, disse.

Com a avaliação dos riscos, a empresa, portanto, consegue ter conhecimento do que poderá atingi-la ou ameaçá-la e entende se suas defesas estão adequadas ou se será preciso definir novos controles. Em relação ao compliance, especificamente, esses riscos são referentes principalmente a condutas, à integridade, como fraudes e corrupção, e também à conformidade, ao cumprimento de leis e de normas como a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados).

Além das questões de legislação, conduta e integridade sob risco, no caso do compliance, há ainda o export ou trade compliance, que consiste em um conjunto de mecanismos de controles internos para garantir que a empresa esteja de acordo com a legislação aduaneira e de comércio exterior dos países. Todo o gerenciamento precisa de método, um mapeamento bem-feito e um diagnóstico bastante específico, de acordo com as necessidades de cada empresa. “A gestão de riscos passa por algumas fases, a primeira é identificação, a segunda é a avaliação, e a terceira é a mensuração, o quanto é crítico, cruzando a probabilidade com o impacto. E há quem diga que há uma quarta fase, que é o saneamento ou o gerenciamento do risco”, evidenciou o advogado e consultor.

Fonte: Portal Poder 360